sábado, 16 de junho de 2007

NET - Central de Atendimento

Não vou falar mal de telemarketing aqui. Não vou, juro. Mas vou deixar publicada neste blog, a carta que enviei ao Presidente da empresa e seu alto escalão, depois de uma semana de tentativas frustradas de comunicação com a Central de Atendimento.

Bom dia, senhores.

Acabei de encaixotar um apartamento de 200 m2 para fazer mudança, o que me rendeu uma enorme dor de cabeça. Sobrou uma assinatura de TV a Cabo, caso interesse a algum dos senhores. Não vou levar comigo.

Este convite de transferência de titularidade foi sugestão de uma das funcionárias desta empresa. Repasso aos senhores.
- Senhora, como sua assinatura é de condomínio, ofereça ao próximo morador.

Sem entender muito bem, afinal os senhores hão de concordar comigo que ninguém nos dias de hoje oferece cabo para os outros, disse que não ofereceria e que, simplesmente, gostaria de cancelar aqui e fazer nova assinatura lá.
Para pessoas instruídas como nós parece fácil, não é mesmo? Infelizmente para a sua funcionária, a compreensão foi impossível. Me pediu um momento. Mais um momento, senhora, por favor. Desconfio que ela desligou o telefone e foi almoçar.

Aguardei na linha até tocar a campainha aqui de casa e eu ter que desligar para atender um prestador de serviços, um homem ignorante, com poucos dentes na boca, coitado, mas que conseguiu transferir uma sala de jantar, quer dizer, uma mesa, cadeiras, aparador, para o novo endereço sem pedir um momento sequer do meu tempo. E sem me colocar para ouvir sua programação do dia ao pé do ouvido. Acreditem os senhores. Ao contrário da moça da NET.

Voltei ao telefone, desta vez para solicitar também a troca de endereço nas correspondências e o saber o valor do NetVirtua, pois tenho um contrato com o Speedy e estava interessada em trocar.
Mais uma vez, não obtive resposta. Até agora não sei qual o preço. Acho que só quem sabe responder a essa pergunta é o russo do comercial. Porque os meninos aí do telemarketing não sabem. E pagar DDI para a Russia está fora dos meus planos.

Mas voltando ao problema da minha assinatura, me pediram para ligar novamente, apertar a tecla 3, depois a 5 e aguardar atendimento. O que vem a seguir os senhores já podem imaginar. Estão cansados de ouvir no happy hour, nos cursos de marketing, nas conversas de elevador. Portanto não vou estender o assunto e nem baixar o nível da conversa.

Então, algum dos senhores está interessado na minha assinatura da NET? R$ 109,90 por mês, vencimento todo dia 20, pacote Advanced, com ponto adicional. Sugestão da funcionária de vocês.

Ah, mas tem um probleminha. A assinatura está em nome de um senhor de 70 anos, aposentado, que mora longe de São Paulo e atende carinhosamenrte pelo nome de "meu pai". Por isso, pensem bem antes de aceitar a oferta, porque caso um dia vocês resolvam cancelar o contrato, terão de localizá-lo em algum lugar do mundo, pois só ele pode falar com a atendente da NET.
Uma pena eu não ter vozeirão, porque senão eu poderia até ajudá-los e imitar o papai pra vocês quando a moça exigisse falar somente com ele para solucionar o problema.

Tenham um bom dia.


P.S.: Funcionou.




domingo, 3 de junho de 2007

Hora do Espanto

Ando um pouco assustada ultimamente. O motivo não é o Congresso, a filha do Renan, o Hugo Chaves. Meu drama vem desse objeto que apelidei de bota "Hora do espanto".


A impressão que eu tenho é que elas se reproduzem durante a noite, porque cada dia aparecem mais e mais pelas ruas, sempre perto de mim.
Meu medo delas é tanto que chego a sonhar que elas vem em bando, rosas, azuis, brancas, pretas,
roxinhas, me chutando, entrando nos meus pequenos pés 35 e me levando até o shopping, e lá, me fazem passear com elas entre as pessoas. Verdadeiras botas sequestradoras! Claro que no sonho, todos meus amigos estão no shopping e todos olham para o pé desta pobre refém.
Então acordo suando frio, com medo de abrir os olhos, sem saber se aquilo é um pesadelo ou realidade.
E as botas Hora do Espanto não são exigentes. Saem com qualquer coisa:
jeans pra fora, jeans pra dentro, saia curta, saia comprida, legging, shorts, o que tiver na frente. São clones e mais clones do mesmo modelos, soltas pela cidade.
Ontem fui a uma
festa junina dessas de escola. Todas as meninas com mais de 15 anos usavam. Todas. Só uma que não usava, porque, no frio de 14 graus de São Paulo, ela resolveu colocar um sandália. De plataforma, claro!
É a ditadura da moda que me assombra. Outra coisa que eu tenho medo é da calça
Skinny. Ok você é homem e não sabe o que significa? Sabe a Kate Moss? Então, ela usa calça Skinny, porque a perna dela é uma vara de bambu. E fica linda!
Mas desde quando brasileira tem perna fina. Aí vai lá e mete uma calça
skinny naquela pernona grossa e naquele bundão, igual ao modelo que viu a Gisele usando na Contigo. Pronto, tá feito o estrago. E coloca a bota Hora do Espanto por cima! Meus Deus!!!
Pra competar, só falta ressucitarem a moda da sandália com meia-calça. Aí eu vou achar que, realmente, tô muito demodê.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Nunca te vi, sempre te amei

Romário querido,
estive fora um tempo, por isso não te escrevi antes. Também não tenho seu telefone, senão teria te ligado. Ah, teria, viu!
Sempre preferi os mais altos, uma coisa assim meio Raí, mas devo admitir que você parece ser gigante, apesar de ter quase o mesmo metro e meio que eu. Você dando um drible aqui, uma descansadinha ali, um chutinho acolá mexe com nossos sentimentos. A gente se afeiçoou a você naquela Copa, com o Bebeto, os dois com o uniforme azul da seleção. Sim, o azul! Sempre me lembro dele. O azul do Romário!
Se eu te visse, ia tirar uma foto com você. Pedir um autógrafo, quem sabe? Ou ia querer que você me jogasse uma rosa no colo, como faz o Rei. O Rei Roberto, não o Rei Pelé. Mas não te vi. Nem com a camisa azul e nem com a camisa branca do Vasco. Pra falar a verdade, acho a camisa do Flamengo mais estilosa, mas até que aquela lista preta te dá um certo charme, devo confessar.
Baixinho, eu queria ser loira, ser burra, peituda, ter um bundão, falar "seje", "esteje" "questã", mas a questão é que sou morena, inteligente, sem silicone, então só me resta escrever, já que nunca serei uma mulher a sua altura.
Será que você poderia fazer esse gol logo? Eu não aguento mais ver Globo Esporte, Esporte Espetacular, Mesa Redonda, o Avalone, o Juca Kfouri, a Soninha. Não aguento mais, Romário!
Não aguento mais as piadinhas que chegam no meu orkut sobre você. Não suporto meu namorado falando sobre esse assunto na mesa do bar. Romário, eu quero voltar a falar da novela das 8, das gêmeas Paula e Taís, do Fabio Assunção, da Renée de Vielmond! Eu não quero mais ficar 2o minutos olhando pra tv, esperando você decidir se vai ou não cobrar pênalti, Romário!
Faça
logo esse gol, nem que seja aqui no quintal de casa, mas me deixe voltar a viver!



quinta-feira, 22 de março de 2007

Ficarei sem escrever um tempo. De novo.
Vou viajar. De novo.

terça-feira, 20 de março de 2007

Forest Gump


O título desse texto poderia ser também: Como pegar um mentiroso.
Mentiroso é um tipo de gente que me intriga. Nunca sei pra quem ele tá mentindo, se é pra ele ou pra mim. Mas eu dou corda pra mentiroso. Olha essa história:
Trim, trim.
- Alô
- Oi Ju, quanto tempo?
- Nossa, é mesmo. Desde o ano passado que não falamos. Como foi de natal, ano novo, carnaval?
- Ai, menina, fui ótimo! Viajei bastante. De Paris ao Paquistão, passando por Miami, NY, Madri, uma loucura! Mas sabe como é, né. Chega uma hora que dá vontade de voltar pra casa.
- Ai, é mesmo. Nossa cama, nosso chuveiro, nossa cozinha...
- Não por isso. É por causa dessa loucura nos aeroportos.... ai, cansei.

Eu não sabia se ria na hora ou esperava pra quando desligasse o telefone.
Vejam a última frase do diálogo. Vou repetir: - ... essa loucura nos aeroportos...
A partir daí, fiz uma descoberta e vou dividir com vocês: em Paris também tem cindacta 1, 2, 3.No Paquistão os controladores de vôo são mal remunerados e em Madri o aeroporto fecha por causa das chuvas de verão de São Paulo.

Mentiroso é assim, descarado. Ele esquece e, pá, dá uma mentidinha.
No fim, fiquei sem saber se ele passou o natal em Piracicaba, Taubaté, Iguape. Mas ele ficou feliz em se imaginar percorrendo o Rio Sena no dia 31 de dezembro.




terça-feira, 13 de março de 2007

A bolsinha


Não sei, não, mas sempre achei que honestidade é como cor. Ou a pessoa é preta ou é branca. Ou é honesta ou não é.
E aí essa senhora que ganha R$400,00 (!!!!) por mês, devolve o dinheiro que achou no banheiro que ela limpa. Ela passa o dia limpando xixi, cocô, catando papel higiênico usado, desentupindo privada e é honesta. Porque ela é assim. Ela nunca ficaria com esse dinheiro.

Então agora vou contar pra vocês uma história:

Quando eu tinha uns 11 anos, ganhei uma viagem pra Disney. O mais longe que eu tinha ido até então, era Foz do Iguaçu. Finalmente ia conhecer o Mickey, o sonho da classe média brasileira de 1986.
Lá fui eu pro aeroporto. Mamãe me deu uma bolsinha, eu vesti a camiseta laranja da excursão e fui. Na bolsinha, meu passaporte novinho em folha, meu dinheiro, voucher de hotel, passagem e tudo mais que eu precisava para viajar.
Bolsinha, bolsinha, cadê a bolsinha?

- Mãe, minha bolsinha sumiu!
- Como assim, Juliana? Você não tem nada nessa cabeça mesmo! Como perdeu a bolsinha? A sua vida está dentro dela, menina!
- Mãe, não sei. Sumiu. Pai, não sei, sumiu.
- Tá vendo, sua filha puxou você. Esquece tudo mesmo - dizia mamãe para o papai.
- Calma, filhinha, vamos achar. Você já procurou no banheiro?
- Já pai, e não está.
- Na cadeira?
- Já, pai, e não está.
- Essa menina é desmiolada. Vai perder a viagem!
- Para, mãe....
- Filha, vamos até a lanchonete. De repente pode estar lá.
- Você sempre sonhador. Você acha que alguém vai achar uma bolsa cheia de dólares e vai devolver?
- mamãe já estava a ponto de pedir o divórcio pro papai.

Procura daqui, procura daqui, eu já chorava, mamãe gritava, papai olhava e nada da bolsinha. A lanchonete já estava mais vasculhada que favela em dia de prisão de traficante, e a bolsinha, nada.
Só o que restava era ir pra casa.
- Mocinha, você perdeu alguma coisa?
- Sim, moça, a minha bolsinha de viagem. Não vou mais pra Disney, moça.....
- Uma com o desenho do Snoopy?

- É, moça. Do Snoopy!
- Essa aqui?

- Meu Deus, você achou!!! Moça, você achou a bolsinha!!!!
- mamãe abraçava a mulher.
- Meu Deus, você achou!!! - gritava papai atrás.
- Meu Deus, você achou!!! - imitava eu, do lado.
- Achei, sim. Estava limpando a mesa e encontrei. Tome sua bolsinha, garotinha, e boa viagem.

Sabem por que ela fez isso? Porque ela é honesta, só por isso. Porque ela aprendeu assim. Porque, provavelmente, seus pais também eram. Ela não ia ficar nunca com o dinheiro da minha bolsinha do Snoopy, simplesmente, porque o dinheiro não era dela.
E eu só fui pra Disney naquele dia graças a honestidade da faxineira da lanchonete do aeroporto.






sábado, 3 de março de 2007

Fom, fom




Tô aqui tentando entender a utilidade da buzina. Sim, aquela buzina que tem no meio do volante. Até sei que ela serve pra alguma coisa, mas se você é usuário compulsivo de buzina, nem leia esse texto, porque você vai ter raiva de mim, assim como eu já tenho de você.

Eu tenho o péssimo hábito de analisar as pessoas pelas suas atitudes cotidianas. E pelas suas buzinadas por aí.

Fico imaginando como é, em casa, aquela pessoa que buzina pro coitado do carro da frente que tá lá com o carro "morto", tentando desesperadamente ligá-lo novamente, suando, tremendo, morrendo de vergonha. Será que ele acha que sua buzina tem poderes mágicos?
- O farol abriu, vou buzinar pra essa dona Maria!!! Foooooooooooooooommmmmm! Vamos dona Maria, liga esse carro! Conserte esse carro em 1 segundo porque eu quero passar!! Eu quero passar, dona Maria! Ah, dona Maria, vai pilotar fogão!!!!
E mete a mãozona no meio do volante. Nessa hora, dona Maria já começou a chorar, já não sabe onde enfiar a cara e aí é que o carro não vai ligar mesmo. Pobre dona Maria.
Então, o buzinador chega em casa, olha o fogão, vê que a mulher não fez o jantar e começa a gritar, porque a buzina tá lá na garagem e ele não pode buzinar no ouvido dela. Eu sempre acho que quem buzina também grita. Uma coisa tem relação com a outra. E tenho pena da mulher do buzinador.

Tem também o buzinador apressadinho, aquele que quando o farol (sinal, semáforo, como queiram) ameaça abrir, lá está ele, com a mãozona :
- Fom, fom, vamos gente, o farol abriu.
O coitado da frente nem engatou a primeira e o buzinador já avisou.
Eu tenho certeza que esse cara é o mesmo que faz fila pra entrar em avião, como se o lugar dele fosse fugir, o que avisa que hoje vai chover, que cigarro faz mal, que seu cabelo tá meio despenteado. É o precavido, o que presta atenção em tudo, o que acha que pensa rápido.

Mas o pior é o que buzina pro caminhão de lixo. Não tem jeito, eu olho pra cara dele e tenho certeza que ele, depois de comer Mc Donalds dentro do carro, arremessa o saco pela janela. E ainda faz aquela encenação de Michael Jordan pra namorada que tá no banco do lado.
Ele não pode ver um caminhão de lixo parado, fazendo adivinha o que? Catando o lixo. Ele não pode ver, que já começa:
- Fooooooooooooom, fooooooooooooom, fooooooooooooooooom!
Ele tem certeza que os pobres lixeiros vão correr mais ainda, vão pegar os sacos no meio da rua voando, pra que ele possa passar com seu carrão. Esses buzinadores tem complexo de perseguição. Chegam no destino e dizem:
- É sempre assim. Toda vez que eu saio, esses malditos lixeiros atrapalham meu caminho. Será que eles não tem outra hora pra tirar o lixo que não seja quando eu estou dirigindo?

Já pegou na Marginal Tietê às 6 da tarde? Não adianta rezar, pedir pra Santo Expedito, escutar cd de música transcendental, ligar pra agenda toda do celular. E não adianta buzinar, porque a buzina, infelizmente, não faz os carros da frente desaparecerem. Os carros a sua frente não vão criar asas, os caminhões não vão sair da faixa da esquerda, o rodoanel não vai ficar pronto antes de você chegar em casa.

Eu só perdôo aquele que tem buzina que toca funk:
- Vem tchutchuquinha, fom, fom, vem, vem....
Esse, pelo menos tem senso de humor. Deve fazer churrasco na lage de casa todo domingo. Deve estar pagando o kit "buzina musical" em 12 vezes, mas se diverte muito mais do que o chato da dona Maria.